Produzir alimentos sem devastar o meio ambiente, priorizando uma produção sustentável, é um dos maiores desafios do século XXI, visto que a ecologia é um dos pilares de maior importância e visibilidade atualmente na mídia brasileira.
Pesquisadores e engenheiros agrônomos vêm trabalhando juntos em busca de novos recursos e técnicas que ajudarão na preservação do meio ambiente, promovendo uma agricultura verde e dinâmica. Pensando nisso, o implemento do plantio direto pode ser uma boa alternativa quando se visa o aumento da produção, sem que a sustentabilidade do sistema produtivo seja deixado de lado.
Quando feito corretamente, o sistema de plantio direto pode ser responsável pela reestruturação do perfil do solo, diminuindo os riscos de erosão, e por uma queda brusca nos custos de produção, através do uso mais racional e minimizado de energia e de água, já que o uso de maquinários só será feito uma vez, para a trituração da palha, prática que ainda diminui os riscos de compactação do solo que, mais uma vez, poupará o uso de máquinas na hora de destorroar o solo.
Estudos mostram que, a partir do implemento do plantio direto, anualmente deixam de ser erodidos aproximadamente 100 milhões de toneladas de solo ricos em nutrientes, além de 18 bilhões de metros cúbicos de água que são mantidos no solo, melhorando a qualidade desta, diminuir o risco de enchentes e promover o ciclo correto da agua dentro dos perfis do solo, evitando o processo de assoreamento. Com todas essas quedas, é estimada uma economia de 1 bilhão de reais por ano.
Os princípios básicos para se implementar o plantio direto na sua lavoura podem ser, basicamente, divididos em três partes:
1) Revolvimento adequado do solo
2) Rotação de cultura com o uso da palhada
3) Cobertura permanente do solo
Para adoção do sistema é recomendado uma sucessão de plantio, que intercala plantas de cobertura com o cultivo da espécie escolhida.
A escolha da planta de cobertura deve ser feita com muito cuidado e cautela, pois é de extrema importância para o sucesso do cultivo; A planta deve ter um sistema radicular profundo, responsável por garantir, após a decomposição, um solo leve e poroso sem que haja o uso de maquinário agrícola para tal (conceituado como aeração biológica), facilitando o enraizamento correto do próximo cultivo, além de garantir maior vigor das plantas.
Usando técnicas de viabilidade econômica, podemos adequar o uso da planta de cobertura com um aumento na renda, ao usarmos culturas de valor comercial, como é o caso do milho, do trigo e do sorgo. O uso de gramíneas sempre é recomendado, pois estas apresentam uma lenta decomposição, fazendo com que a palhada dure mais tempo.
Após o corte das plantas de cobertura, é o momento da execução do sulco, que deve sempre ser feito com uma adubação de cobertura (adubação com fósforo, nitrogênio e potássio), para garantir um bom desenvolvimento inicial para a cultura.
Uma vez realizada a semeadura (ou transplante de mudas) no local definitivo, é de extrema importância um planejamento e correto manejo do sistema de irrigação, sem que o efeito da palhada sobre o solo seja desconsiderado.
Devemos lembrar que todas as informações contidas nesse post devem ser ajustadas de acordo com a realidade local, para manter o pleno desenvolvimento das culturas e para preservar os recursos naturais do local.
Referências:
DENARDIN, J. E.; KOCHHANN, R. A.; FAGANELLO, A.; SANTI, A.; DENARDIN, N. A.; WIETHÖLTER, S. Diretrizes do sistema plantio direto no contexto da agricultura conservacionista. Disponível em: <http://bit.ly/2JGqLc8>
REDAÇÃO GLOBO RURAL. Conheça as vantagens do plantio direto em hortaliças. Disponível em: <https://glo.bo/2MbqZu0>
Evangelista, Rosângela. Especial 30 anos- Sistema de plantio direto permite economia de 1 bilhão de reais por ano. Disponível em: <http://bit.ly/2JGfZ5B>
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