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Silagem de milho: Saiba como ter alimentação na seca para o seu rebanho

Atualizado: 18 de out. de 2021

O que é ensilagem?

A ensilagem é um processo para conservação de forragens que garante a alimentação dos rebanhos durante a época da seca, período em que as condições de luz, temperatura e pluviosidade são mais severas reduzindo a produção e acúmulo de forragem, faltando alimento para o gado que acaba perdendo peso.


Vantagens:

O milho é considerada a forrageira de maior valor nutritivo e a mais utilizada na produção de silagem no Brasil. Possui um bom rendimento de matéria verde, baixo custo operacional de produção, os animais se adaptam bem ao consumo e tem ótima qualidade de fermentação. Além disso, requer menos espaço de armazenagem, por unidade de matéria seca, do que a fenação, tem uma produção de 30% a 50% mais de nutrientes em comparação à produção de grãos e possui uma menor dependência das condições climáticas.






Como produzir a silagem de milho: Passo a passo

1. Conheça a necessidade de silagem do rebanho:

A necessidade de silagem é determinada pelo número de animais, composição do rebanho e período de suplementação (número de dias). O consumo por categoria pode ser determinado pela equivalência da categoria em unidade animal (UA), que representa um bovino de 450 kg de peso vivo (PV).

A ingestão de forragem do rebanho ou categoria animal é geralmente calculada pelo consumo de matéria seca (MS), que representa o alimento isento de umidade. Estima-se que o consumo médio de matéria seca por UA é de 10 kg/dia.



2. Defina a necessidade de silagem a ser utilizada na propriedade diariamente:

Supondo 10 vacas, então temos:

Necessidade de silagem diária = 10 vacas x 30 kg de silagem/vaca/dia = 300 kg/dia de silagem


3. Defina a quantidade de silagem a ser produzida:

Multiplicar pelos meses de seca (geralmente final de maio a final de setembro, mas varia conforme a região) = 180 dias

180x300

Necessidade de silagem a ser produzida no total = 300kg x 180 dias= 54.000 kg de silagem a ser produzida


4. Considere as perdas que ocorrem no processo da ensilagem:

As perdas no processo incluem aquelas ocorridas na colheita, transporte, armazenamento e distribuição. Estimativas de perdas mostram uma variação de 8 a 25 %.

Então considerando uma perda de 20 % no processo de ensilagem, temos:



5. Calcule a área necessária para a produção de silagem:

Para calcular a área para produção de silagem de milho é necessário ter uma estimativa da produção de massa verde (MV) por hectare (ha).

Como nós já temos a quantidade de silagem necessária que calculamos no item anterior que foi de 64,8t, basta estimar uma produtividade por ha. Vamos adotar como exemplo de 40t de matéria verde/ha:




6. Escolha a cultivar:

A cultivar a ser utilizada deverá apresentar:

• Adaptabilidade à região do plantio;

• Alta produtividade;

• Elevado teor de grãos na planta;

• Textura do grão preferencialmente dentada;

• Boa qualidade (digestibilidade) dos colmos.


7. Análise de solo:

Antes de realizar o plantio faça uma análise de solo de 0-20 cm, para corrigir e adubar o solo, principalmente em fósforo e potássio, pois a ausência desses elementos, implica na redução da produtividade e qualidade da forragem ensilada. Além disso, o suprimento insuficiente de potássio aumenta a susceptibilidade da planta ao acamamento.

Observação: Para interpretação dos resultados e recomendação de corretivos e fertilizantes, deve-se buscar orientação técnica - fale com um de nossos consultores pelo WHATS


8. Ponto de colheita:

O momento apropriado para a colheita é determinado pela maturidade dos grãos e pelo teor de matéria seca das plantas. O teor de matéria seca da silagem de milho deve ser de 30 a 35%. A maturidade é determinada quando pressionando-se a metade superior do grão percebe-se consistência farinácea e não se observa a presença de “leite”. A partir do ponto de maturidade adequado para o início da colheita, conclua a ensilagem da área em, no máximo, 10 dias;

observação: A colheita feita com os grãos leitosos e baixo teor de MS (menor do que 30 %) diminuem a produtividade, reduz valor energético e o consumo da silagem. Como também a colheita feita após o ponto adequado de maturidade (grãos duros) que dificulta a compactação e diminui a digestibilidade dos grãos, podendo aumentar a perda destes nas fezes.


9. Faça o silo de superfície

9.1) Dimensione o silo de superfície:

Para o dimensionamento (comprimento, largura e altura) do silo de superfície deve ser considerado o total de animais a serem suplementados, consumo médio diário, a duração do período de suplementação e a espessura média da fatia a ser retirada diariamente.

9.2) Determine a localização do silo. Na localização dos silos de superfície deve ser considerado:

• Proximidade do local de distribuição da silagem aos animais;

• Terrenos limpos, de superfície uniforme, com alguma declividade e boa drenagem;

• Distanciamento mínimo de obstáculos e outros silos, facilitando as operações de descarga, compactação e carregamento;

• O local deve ser protegido por drenos laterais no entorno do perímetro do silo.


10. Faça a ensilagem:

10.1) Ajuste o tamanho do corte das facas para 7 a 10 mm;

10.2) Descarregue o material picado;

10.3) Demarque a área de construção do silo;

10.4) Forre a área demarcada com material seco (palha, capim, casca de arroz);

10.5) Inicie o descarregamento no meio da área;

10.6) Espalhe o material em camada de 20 cm;

10.7) Distribua as camadas seguintes no sentido do comprimento do silo e, ou sobre as camadas anteriores;

10.8) O objetivo da compactação é expulsar o ar retido na massa, diminuindo as perdas e ajudando a preservar a qualidade da forragem. A compactação deve começar imediatamente após o início do descarregamento no silo e o trator utilizado deverá estar com os pneus sempre limpos (sem barro ou esterco);


10.9) Vede o silo: A vedação do silo deve ocorrer em, no máximo, 3 dias, utilizando preferencialmente lona plástica de dupla face (preta e branca, 200 micra);

Enterre uma das extremidades da lona cobrindo-a com terra;

Estique a lona para o outro lado cobrindo-a com terra;

Proteja a lona que cobre o silo com capim, pneus cortados ao meio ou terra;

Faça uma cerca em volta do silo;

Mantenha o silo fechado durante, no mínimo, 30 dias.



Referências:

BRASÍLIA. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Silagem de milho e sorgo: produção, ensilagem e utilização. Coleção SENAR, 154, 2011. Disponível em: <https://bit.ly/3APUzcR>

Silva, M. J.; “Silagem de forrageiras tropicais”. Disponível em: <https://bit.ly/2W5azIH>













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